22 de junho de 2015

O Nós que virou Eu que virou Nós.






   Virei esse caderno de ponta cabeça pra ficar mais poético narrar essa parte da minha história.

   No meu fone toca Jorge e Mateus. No som externo do carro toca Wiz Khalifa, e mais confuso ou eclético do que isso só a minha vida mesmo.

   Ainda é domingo. A sauna de fumaça se forma e meu coração por costume começa a acelerar.

   Não pensei que viveria novamente um domingo como esse depois de tudo o que houve entre Nós.

   Acordar do lado da pessoa que eu escolhi amar.Tomar banho a dois. Vestir uma camiseta larga que não é minha e andar de mão dada.

   Ele é meu tema preferido e todo mundo sabe. Parece que o lápis ganha vida no papel e dança espalhando sua cor pelas fibras da folha, me deixando declamar todo o amor que eu neguei sentir.

   Sabe? Essa história me é tão familiar. A gente na vida um do outro de novo. A família reunida aos domingos. Beijos intermináveis. Sexo com trilha sonora. Promessas...

   Eu deitei, ele se deitou do meu lado. Nos aproximamos. Senti sua mão se aproximar da minha até se tocarem. Não estávamos bem um com o outro, mas estávamos em paz.

   Tocou meu rosto e apoio seu corpo sob o meu. Se inclinou e me beijou. Correspondi. Beijo calmo, suave, porém a quantidade de dopamina presente durante essa sensação tomou conta do meu corpo e eu coloquei a mão em sua nuca. Nossos corpos imploravam agora, pediam que a gente parasse de negar o que ia acontecer em seguida. E aconteceu.

   A respiração mudou, de acelerada para ofegante e de ofegante para falta de ar. Os lábios não fechavam mais e os olhos se reviravam. O coração pulou pra fora do corpo que pulou pra fora da roupa. Ele passeou pelo meu corpo e levou sua mão ao meu cabelo. Como boa aprendiz eu fui guiada pelas mãos daquele em quem eu mais confio pra presentear a pessoa que eu amo com um prazer provocado pelos lábios.

   Ali éramos nós de novo. Sapatos espalhados no chão. Não usamos roupas quando estamos juntos. Falamos sobre todo e qualquer tipo de assunto e sexo. Nós nos resumimos a isso. Amor com cheiro de sexo.

   Esse nós que virou Eu e que agora pode finalmente voltar ser um Nós e que me deixa confusa todos os dias, mas me garante sorrisos para um ano inteiro.

   Você me fez esquecer todos os motivos que eu tinha para odiá-lo e me fez admitir:

                            
                                 Eu te amo Alemão. Amo você mais do que qualquer coisa.

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